Fala galera!
Hoje vamos falar sobre a 5ª do dia 21 de outubro, um pouco atrasados em virtude de problemas técnicos, por isso desculpem a demora!
Neste dia rolou um sarau de poesias no CTan, que contou com a participação da dupla Sjo e Malavrado. Os garotos foram literalmente buscar o público, e com sua poesia fizeram a noite de quem estave por lá. Para quem apareceu e gostou, ou mesmo para quem não pôde ir, segue o programa do sarau e as fotos da apresentação:
O sjo e o malavrado – Grande CTAN: Veredas
1.That’s a special Night - nóis
2. Eu sou seu João sujo – irgo
3. Puta saco – murdock tobinha
4. Do beco para o horizonte – irgo
5. Veneno de Rato -ir
6. anotações burocráticas nº 2 - Tobinha
7. Pessoal Psicodélico – é nois
That's a special nigth
(à Itamar Assumpção)
tenho a certeza convicta de que em seus abdomens
já há a fria e pinicante sensação de que algo de terrível vá acontecer
ao anoitecer a lua parecia uma calota de caminhão
pouco tempo depois os planetas do sistema brilhavam pacas não é
e você lembrou que é de madrugada é que as máscaras caem
estrelas cadentes cadenciaram por alguns minutos
e uma organização espacial libertou os 3 seres transparentes
que uniram os espíritos
que cantam que voam que tocam que andam
e não poderia faltar o
espirito de porco
afinal qual é o problema em ser só um pouquinho filho da puta, hein?
Nosso padroeiro celestial, vestindo armaduras coloridas com seus
dreads insanos procurando farofa e cachaça surgiu
a sua pele era negra como a própria noite
e não havia como separar a escuridão de si próprio
e se antes as luzes que compõe a madrugada brincavam
o breu agora era total
uma voz feminina filha do deus da poesia
que além de entrar no buraco também se chama Alice grita:
Ita: Pedra em tupi
Maaaaaaaaaaaaar
que se eleva: Assumpção
O Itamar era a ausência da lua
e a escuridão tomou nossos corações
-
Eu sou seu João sujo
E você também
Sou a mina malavrada
Também você
Risonho roedor entre ratos
dentes no ventre dos fatos
Daqueles que são puxados
Pela gravidade do ar (pesado)
exalando pelos poros da Cidade
cheia de nós, mas de olhos fechados.
Como vermes urubus ou moscas
Para planar devorar pousar sopas
Ler a linha de podridão inscrita
Na trilha de todas as mãos
O mundo imundo. O poço do fundo.
O eco do oco dentro de tudo.
Somos o Não. O prazer é nosso.
-
nessa altura do campeonato
que eu fui contra meus princípios
que eu enganei Deus e o mundo
que eu fui muito impulsivo
truculento e violento
esse alguem
essa pessoa
vai levar pra casa nada mais nem menos
que a dor de meu soco na boca do estômago
se alguem aqui ficar me olhando pelo rabo do olho
se alguem que não for artista rir de mim
se alguem...
é que eu cresci, já disse
com vestidos coloridos
com mentes burocratas
com regras claras
e infelizmente com o coração sedento
e eu cresci
e só se cresce
procurando entender
se alguem me disser então que eu fui
e que não pretendo voltar
talvez seja a verdade mais pura que alguem já falou
e se alguem que é artista tiver uma conversa longa e
esclarecedora comigo
eu quebro-lhe o nariz
onde esses malditos artistas estão com a cabeça
onde eu estava com a cabeça de querer
mas minha origem, na verdade...
e por aqui é só caos e destruição
reino cravado de Loki
deus
palhaço
já me chamaram de Rei Midas ao contrário
por isso eu tenho que por o dedo nos buracos certos
pra não apodrecer os que merecem
eu ainda tou naquela
de que os cavalos ficaram amuados
o foguete
que andava tão lentamente
mas sua lentidão não impediu
jamais impediria de que eu ficasse preso nos galhos
mas você, ser imaginário
já se sentiu assim
aranha presa pela própria teia
vitima enroscada pelo próprio poder
soberano e oprimido de si mesmo?
é um Puta Saco.
Do beco para o horizonte
Dizem que não há mais adiante, não adianta
Impera o imperialismo positivismo racionalismo
Empilhando empirismos e palpáveis ismos
A utopia a poesia a fantasia..ia.não vai mais.
O sono acabou. Acordemos. Levantemos das redes
Sociais que nos prendem a essa inação coletiva.
Personagens e metáforas ainda dormem em casas
Abandonadas de palavras e frases (ainda) sem asas.
Não temos a chave. E como não tenho direito ao urro
Eu uivo, e esmurro e derrubo, mesmo se não. Estuprar
o reino das palavras. Cheirar o pó estanque de suas
estantes e espirrar perversos versos na cara do horizonte.
Por isso irmos, de mão em mão, ir, irmãos.
Pé ante pé, pra frente do mesmo pra sempre assim.
Pela imobilidade que nos resta, empunhar cadeiras
De roda moinhos e fazer café dessa fé em conserva.
Nada nesse rio, é preciso. Viver? É impreciso.
A vidachama. Espera. Vamos juntos? Ou morreremos com ela?
Veneno de Rato
é aí que está
o queijo
queira ou não
queira
é aí que está
o beijo
queira ou não
querida
é aí que está
a mordida
lambendo a boca
dos sentidos
é aí que está
a beira do abismo
a vermelha
- ratoeira.
anotações burocráticas nº 2
uma justificativa para psicoses fingidas
-Foda-se
tentativa de racionalizar atos irracionais
de extrema idiotice
-Sou foda (pra caralho)
e enfim tudo se resume em sexo
Pessoal Intransferível (Torquato Neto)
Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos(ecos). É o risco(é o cisco no olho), é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, (pelo menos piores) é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada no bolso ou nas mãos. (nada no eco do oco nada de cifra nada de troco). Sabendo: perigoso, divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro (CINCO!) sei que a vida vale a pena etc. (Que seja infinito enquanto dure! Vou-me embora pra parságada) Dificil é não correr com os versos debaixo do braço. (abraço) Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. (cachos) Dificil pra quem não é poeta, e não trair sua poesia (soneto), que pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” (ecos) da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: que não se arrisca não pode berrar. (AAAAHHHHH!) Citação: leve um homem e um boi ao matadouro (NÃO). O que berrar mais na hora do perigo (NÃO) é o homem, nem que seja o boi. Adeusão. (NÃAAAOOOO)
Abraço e até!
Nenhum comentário:
Postar um comentário