quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Video: “A Criminalização do artista: como se fabricam marginais em nosso país”

Olá galera! 

Todos se lembram do que rolou na última 5ª Cultural, certo? Se você não estava lá ou tem memória de peixe, na semana passada rolou a exibição do documentário A Criminalização do artista: como se fabricam marginais em nosso país, que relata a experiência real vivida por artesãos na Praça Sete, centro de Belo Horizonte. O vídeo mostra o posicionamento da imprensa local em relação aos acontecimentos e a ação de fiscais da prefeitura e da polícia para coibir a comercialização de produtos feitos por artesãos.

Enquanto um rapaz conta como agem a polícia e os fiscais quando chegam ao local onde os artesãos se encontram, a própria polícia aparece. O jovem corre para não ter seu material apreendido, e o que acontece a seguir é surpreendente: a polícia não só apreende os produtos como também objetos pessoais dos artesãos que estão por ali trabalhando (De acordo com a lei, a polícia poderia levar apenas os produtos que estavam sendo comercializados).

Em matéria exibida em um dos jornais de alta audiência da TV Record Minas, além do apresentador, encontra-se também a (ex?) repórter do jornal O Tempo, Magali Simone. Ela conta para a audiência como foi fazer a reportagem intitulada “Com maconha liberada, Praça Sete vira Amsterdã mineira”.  A jornalista fala sobre a situação que se encontra o centro da cidade e afirma que este está povoado por hippies que usam drogas livremente a qualquer hora do dia.  O problema, a partir daí, é que nem a polícia tem dados concretos de quem e quantos são os artesãos que estão apenas trabalhando, e quais são os usuários de drogas. Ainda assim, antes mesmo de uma investigação apropriada, ambos geralmente são detidos ou tem seus bens apreendidos. Qualquer um que se encontre vagando pela praça e aparente "ser hippie”, para a repórter (e para as autoridades), já estão automaticamente associados à vagabundagem e drogas.

No decorrer do documentário é perceptível que a postura, tanto das autoridades quanto da imprensa em relação aquelas pessoas, é de descaso. Elas não são ouvidas, e quando reagem – com razão – a injustiça a qual estão sendo submetidas, logo são marginalizadas, e claro, “contidas”.

No blog do Rafael Lage, um dos autores do vídeo, li que a idéia de fazer o documentário surgiu em novembro de 2009 após o fotógrafo presenciar uma ação truculenta da polícia enquanto conversava com um artesão.  Lá, ele ainda diz que o objetivo deste trabalho não é comercial, e sim “obter o reconhecimento dos artesãos nômades (hippies, malucos de estrada) como uma cultura diferenciada, que possui modos de expressão e códigos de valores particulares, e que devem ser respeitados”. Ele conseguiu apoio jurídico do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (CNDDH), e estão sendo tomadas providências sobre o drama vivido pelos artesãos. Embora na prática a situação ainda continue na mesma (a polícia chega, os artesãos que conseguem, correm), ele acredita na possibilidade de avançar positivamente nessa causa. O assunto já está sendo debatido na câmara e, segundo Rafael, uma lei que visa regulamentar a ação dos artesãos já está sendo elaborada.

Muito interessante, né? Se você deu mole e ainda não viu, vale a pena assistir. 
(Aqui o link do vídeo na íntegra: http://www.youtube.com/watch?v=sYX9G_n4U7M


Por enquanto é só, pessoal.
Ah, lembrando que hoje tem 5ª Cultural, hein... No CTan, às 20:30 em frente a cantina! Nem precisamos dizer que estão todos intimad(...), ops, convidados. 
=)

Abraço e até!

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